Por muito tempo me perguntei por que as pessoas iam aos
estádios. Ouvia aquelas histórias de brigas, mortes, que não era um lugar pra
se levar a família, entre outros pré-julgamentos que parecem vir de pessoas
importantes, mas que no final sabem menos do que qualquer torcedor comum.
No último domingo, fui com familiares e amigos ao meu
primeiro jogo no Estádio Olímpico Monumental, já que poderia ser uma das
últimas chances que tinha de visitá-lo antes de se tornar apenas escombros.
Confesso que ainda no momento em que estávamos nos deslocando para lá, sentia
certa apreensão sobre o “mundo do crime” que poderia ver lá. Apreensão esta que
foi se esvaindo ao chegarmos aos arredores do estádio, vendo pessoas que
alegres partilhavam de um mesmo clube e esperavam com alegria mais uma partida
e futura vitória. Apreensão que acabou deixando de existir definitivamente
quando vi a quantidade de policiais preocupados em garantir a segurança de um espetáculo
de tamanha magnitude.
De verdade, quando entrei no estádio me senti em uma
família, além da minha, onde classes, cores, salários, cargos eram esquecidos.
Um lugar onde não importavam os motivos pelos quais vieram, o passado ou o
futuro de cada um lá. Apenas importava o sentimento que cada um nutria por seu
clube decoração. Sentimento esse expresso através dos aplausos, vaias, músicas,
além do famoso “uuuh”. Acho que aquela foi uma das melhores definições que
poderia ver de sociedade, onde não existe o maior e o menor, onde todos têm o
mesmo valor.
Ganhar então pode ser mais bonito ainda. Esperamos ela por
mais de 90 minutos, até Souza, ou Kléber, rsrs... marcar o gol da vitória. E o
estádio veio abaixo de verdade com o golpe de misericórdia dado por Marcelo
Moreno. Era isso que queria dizer... não importando seu time, seu salário, sua
cor ou seu nível de torcedor, indo ao estádio terá uma experiência única da
qual nunca se esquecerá e terá vontade de repetir a cada vez que tiver a
oportunidade.